segunda-feira, 1 de maio de 2017

Preto e branco.

Às vezes me pinto de preto e branco
Desaturo as minhas cores
Murcho
Calo.

Às vezes me sinto na beira
Sem querer ficar onde estou
Sem forças pra atravessar a linha

Às vezes me vejo estático
Parado
Clássico. Neoclássico
Não sei...
Mas estático
Inerte!

Vejo o meu mundo cair
Tudo ao redor desmoronar
E sobrar apenas uma pequena porção de terra
Onde habito.

Tudo se foi e eu estou parado
Nem mais linha tem para ultrapassar
Não tem ninguém além de mim
Na minha porção de terra
Não tem ninguém além de mim
Que possa ouvir minhas dores.

Minhas feridas 
Por falta de amor
Sangram mais e mais
Jorrando meu eu
Pelo abismo imenso
Que foi construído ao redor de mim

Agora eu estátua
Estático
Não tenho mais a opção de voltar
Nem a opção de seguir
E o que antes foi falta de força
Agora é minha única opção.
Estático.

Eu não nasci pra ser estátua
Esse talento, apesar de o fazer muito bem
Não é meu
Não me completa.
Não me resta outra opção.
Agora já foi e não tem como voltar.
Estático meu corpo enrijece
E minha mente explode
Logo parado não posso ficar
Dali do alto eu vejo
A falta de fundo nesse abismo
Respiro bem fundo
Crio coragem que nunca tive
E pulo.

Estou falando da minha queda.
Ainda não cheguei onde
O fim disso da
Estou falando da minha queda
A minha poesia é meu paraquedas
Agora é ver onde vou chegar.

Nenhum comentário: