sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

tal mundo.

Eu queria viver num mundo
Onde não tivessem cobranças.
Que fizessemos o que queriamos
e pensassemos em nós mesmos.

Queria viver num mundo
Onde não precisássemos usar as melhores roupas
para encontrar alguém
E sim a roupa que mais nos sentiamos felizes

Queria viver num mundo
Onde as pessoas procurassem diversão.
Num mundo onde os erros de cada um
Eram completados pelos acertos dos outros

Queria viver num mundo
Onde a falta de silêncio fosse algo crucial
E o barulho
tivesse momentos certos de acontecer.

Queria viver num mundo
Onde a poesia não tivesse métrica perfeita
Nem as redações limites de linha

Eu queria estar num mundo
Onde todos fossemos diferentes
E que não tentássemos ser iguais.
Em um mundo
Onde ninguém fosse bom o suficiente para ninguém
e a vida fosse simplesmente simples.

Queria viver num mundo
Onde cada escolha fosse feita sem pensar muito
Onde as pessoas seguissem mais seus instintos
E esquecesse mais o que é certo
Aliás,
Um mundo que nada fosse certo
e nada seria errado.
Tudo seria da forma que você escolhesse.

Queria viver num mundo
Onde as pessoas pensassem que existem outras pessoas
E que elas também representam alguma coisa.

Eu queria viver num mundo
O qual os sentimentos que cultivamos fossem apenas nossos
E que podessemos doá-los a quem quisessemos
Sem medo de ser feliz.

Eu queria viver.
Eu queria um mundo.
Eu queria não ter culpa.
Nem ter que seguir padrões.
Eu queria,
Mas só queria.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

escrever de fato.

E o que seria escrever de fato? Expressar o que sentimos por palavras que já existem? O fato de organizar as palavras de determinada língua seria expressar o que sentimos? e quando sentimos algo totalmente abstrato, poderiamos resumir sentimentos em traços, linhas, círculos , formas indefinidas ou um monte de letras emaranhadas?
Sim. Sinto coisas abstratas dentro de mim que tais palavras não seriam suficiente para descrever. Sinto que certas respostas são muito vagas para minhas infinitas perguntas. Símbolos talvez me descreva mais. Porque eles são abstratos e únicos. Únicos a cada olho que os vê.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

BPM.

A batida controla os meus batimentos
Os meus batimentos controlam meu corpo.
Sinto-me mexendo como ele quer
Ele.
Ele,
Deus das pistas
Controlador do que sinto.
Ele,
Controla os meus batimentos
No BPM que deseja.
Ele,
Controla tudo e todos
Só não me faz esquecer
O que é inevitável não lembrar.

o vento.

E o vento que sopra levando o resto de chuva que estava sobre as folhas me trouxe bons momentos. Talvez devesse me comportar da mesma forma que aquelas gotas, caindo, voando, se libertando daquilo que as prendia e deixando as folhas em paz. Não. Elas não pensam como a folha ficou depois que partiram, elas simplesmente saem e não olham para trás. Correm direto para o destino delas sem medo de ser feliz. É, eu realmente deveria fazer isso.
A chuva não havia me incomodado nem um pouco na noite passada, mas o vento sim. Agora eu entendo o vento. Agora eu entendo sua verdadeira intenção. Agora eu sei que ele me incomodou bastante, mas estava fazendo o certo, já que livrou as gotas do seu passado e agora estava prestes a me fazer livrar-me do meu.
Derrepente virei amante do vento, ainda mais do que da minha amiga chuva. Derrepente consegui enxergar com mais clareza, ver o que a poeira não me permitia. Graças ao vento. Graças ao vento...
Tudo corria diferente do que costumava ser, tudo parecia estar tão parado ao meu redor enquanto eu implodia. E que implosão. Longa, dolorosa, forte. Me fez mais forte. Me tornou forte. Mas machucou. E essa ferida eu não sei se poderei reparar. Espero que o vento me ajude.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

a partida.

Acredito que seja hora de partir. Partir do mundo que vivo para encarar um novo. Partir do conforto e ir em busca da dúvida. Acredito que seja hora de amadurecer e deixar no passado determinadas coisas.
Naquele momento precisava esquecer um pouco as coisas que haviam sido roubadas da minha mala, afinal, tantas outras coisas já entraram no seu lugar. Não que seja legal deixar de lado as coisas que foram furtadas de mim, mas que talvez seja necessário enxergar as novas coisas que chegaram e aquelas que não foram roubadas. Nesse ponto parto com o bilhete só de ida para um destino que não sei. Partindo para um mundo onde os meus problemas são apenas meus e que eu tenho que resolvê-los. Partindo sem bilhete de volta, só espero que não roubem mais nada de mim, nem das minhas malas, nem do meu coração.

busca.

Perdido. Realmente estava perdido naquele ponto da minha vida. Claro que não sabia qual caminho seguir a partir dalí, mas sabia que não deveria me afastar muito.
Imaginem, eu, um mero garoto cujas malas haviam sido roubadas, sem rumo pela vida, esperando que determinadas respostas chegassem. A certo tempo, esperava outras respostas, agora, respostas totalmente diferentes e perguntas totalmente diferentes. Será que consegui responder a tais perguntas? Não. E nem ia. Por isso mudei as perguntas, não por preguiça ou por ter desistido de tais respostas. Mas por saber que tais respostas nunca chegariam.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

novo.

O que se dizer de uma vida nova? Nada. Tudo. O novo ainda não tem nada. O novo significa tudo! pelo menos do ponto de vista dos relatos. Assim acho que se comporta a ideia do novo. O que resta é apenas esperar, porque, do novo, podemos esperar de tudo!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

desabafo.

Nada demais a declarar. A única coisa que penso agora é como será quando voltar.
Temo talvez que minhas malas sejam roubadas novamente e mais ainda que outras malas da minha vida sejam levadas embora. Quero saber como está tudo no lugar onde pertenço, como estão minhas coisas que não trouxe comigo na mala. Saudades daqui com certeza terei, mas a saudade de casa é verdadeiramente muito grande.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

fantasia.

Estava um dia chuvoso, aquela pessoa me olhava e através dos seus olhos era possível ver transparentemente o que pensava. Aquele momento parecia algo mágico. Engraçado porque nunca imaginei que um sonho podesse ser tão real. E foi ai que percebi que aquilo não passava da realidade. Lamentei. A realidade é sempre tão quadrada, por isso lamentei. Lamentei porque esperava que aquele momento fosse um sonho, todo curvilíneo e sem formas definidas. Mas não, era apenas a realidade.
Convenci-me que talvez a realidade não fosse tão ruim assim, afinal, aquele momento não era nem um pouco ruim. Pensei novamente, tentei não lamentar e encarar os fatos. Dormi durante tanto tempo preso no que seria a vida apenas nas fantasias que esqueci que talvez a realidade fosse repleta de fantasias também. Afinal, se não fosse porque aquele momento foi tão mágico?
Decidi então, depois daquele dia, não dormir mais! Afinal, a fantasia pode sim ser tateável!

paz.

Paz interna. Quando exatamente conseguimos atingi-la? Seria essa um dos maiores desafios do ser humano? Quem sabe? A única coisa que eu sei é que eu estou realmente buscando isso.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

cultura.

Já sentiu-se rejeitado por algo que você não é ou não sente? Eu já. Tadinho, um mero garoto cujas malas haviam sido roubadas a um tempo atrás, morrendo de medo que suas malas sejam saqueadas novamente em sou outra experiência fora do país, sendo julgado por algo que não sou.
Enfim, realmente não queria falar disso, o que eu queria dizer era: Como é bom viver novas culturas, se aventurar pelo mundo, viver pessoas que vão lhe mostrar como a vida é muito mais simples do que a gente imagina!
Besides that, nada mais a declarar.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

apostas.

A vida é um grande cassino. Um cassino de apostas aleatórias. Temos diversos jogos e estamos apostando neles o tempo inteiro.
Apostar não é simplesmente o fato de saber que vai ganhar, é criar aquela dúvida se ganharemos ou não. Uma dúvida angustiante, diria, particularmente, porque dedicamos parte de nós naquela esperança. Apostar é ter quase certeza que vamos ganhar, mas na verdade é apenas uma mera hipótese.
Lembrando que: Jogar em algo que temos certeza que vamos ganhar não é apostar, é comprar. Se apenas fazemos aquilo que temos certeza que teremos tal retorno não está dentro desses joguinhos divertidos do cassino da vida, está na loja de conveniências dele, onde vendem certezas. Se nos trancamos na loja de conveniência do nosso Cassino Vida, estamos nos fechando aos prazeres da vida que seria a dúvida agunstiante e, meus caros, a vida perde todo o seu propósito, afinal, qual o prazer de termos certeza de alguma coisa?

E lá estava eu, um mero garoto cujas malas haviam sido roubadas, apostando freneticamente nas máquinas do amor e da felicidade.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

esperar.

Esperar.
Esperando.
Esperei.
Esperarei...
Modo como ficarei
Até o próximo encontro.
Talvez até a próxima ligação
Ou quem sabe até o próximo beijo.
Até lá, espero.
A única coisa que faço,
Ou que posso fazer.

Esperar.
Porque o tempo
nos trás as melhores respostas.

Esperar e pensar.
Porque até que o tempo acabe
com o tempo da espera.
Esperamos pensando
Sobre o que poderiamos pensar.
Pensar sobre
Como é tão ruim ter que esperar.
Pensar sobre como o tempo,
matando o tempo,
Mata a gente de angústia.

A única coisa que posso fazer é
Esperar.
E por isso esperarei,
Pensarei,
Sonharei,
Deitarei e
Desejarei:
Que o tempo
Acabe logo com esse tempo
E que eu tenha
Você aqui comigo.

domingo, 2 de janeiro de 2011

novas malas.

Nova vida a caminho. Quantos pensamentos podem vir através disso. Talvez essa seja a hora certa de começar tudo novo, recomeçar sentimentos e buscar acertar onde erramos. Ano novo chega e o sentimento de renovação é imensa, acredito que por isso me sinta tão feliz.
Não que seja uma pessoa triste. Muito pelo contrario! Eu, um mero garoto cujas malas foram roubadas, me sinto cada vez mais radiante e feliz de saber que ainda tenho pensamentos e minha inteligência. Talvez a falta que sinto das minha malas seja algo muito maior do que imagino, porque, assim como elas, muitas coisas já se foram na minha breve história chamada vida. As malas talvez não sejam apenas o material que tinha nelas, mas os sentimentos que pensamos um dia ser eternos e num simples piscar de olhos foram roubados. Assim como as minhas malas, muitas outras coisas já foram roubadas de mim. Isso talvez seja uma coisa boa, afinal, nada consegue tomar o lugar de nada nas nossas vidas, mas, com aquele lugar vazio, muitas coisas podem entrar.
Deixe 2011 fluir. Deixe sentimentos novos sentarem nas poltronas vazias da nossa vida. Quem sabe você, que assim como eu, um mero garoto cujas malas foram roubadas, não se surpreenda com o novo que é tão novo que estou tão curioso para descobrir?

minha vida é uma caixinha de surpresas que muitas vezes tenho medo de colocar a mão.