Desde mudinha
O espinhento cacto
Sonhava em ser uma flor
Cantava falava brincava
Esbanjava muito amor.
O espinhento cacto cresceu
Sem muito com quem conversar
Por isso distraido vivia
Ainda achando que era flor.
Não tinha o que lhe dissesse
"Sou uma flor, sou uma flor, sou uma flor!"
Cresceu ainda mais e mudou-se de jarro
Agora ao redor de belas rosas
Via-se num lugar premiado
"Como podemos
Ser tão lindas
Como somos
Nós flor".
Ao que as outras riam e nada diziam
Só pra não ter que lhe contrapor.
O espinhento cacto
Recebia novas colegas
Belas e belas flores
Girassóis, violetas e bromélias.
Nas idas e vindas dos dias de canto no jardim
O espinhento cacto emocionado
Abraçou a mais próxima flor.
Com seus espinhos, suas garras
Abraçou e apertou
Machucou a bela planta
Suas folhas pétalas furou
Tudo isso porque o espinhento cacto
Achava que era flor.
O espinhento cacto olhou pra dentro de si
viu os espinhos crescendo
desde onde não conseguia sentir
"Era o fim do espinhento cacto
Era o fim de tal façanha
Espinhento cacto deixou de ser borboleta
E passou a ser aranha."
Foi então que o espinhento se lembrou
Que na verdade por dentro
O amor sempre morou.
Agora o espinhento cacto
Está mais leve do que nunca
Carregando seus espinhos com cuidado
Mantendo sempre a forma justa
Aprendeu que não precisa arrancar seus espinhos
Nem se transformar todo para virar flor
Mas sim manter-se consciente
Que seus espinhos causam dor
E que tudo na vida se cura
Com uma dose extra de amor.
Agora vive feliz o espinhento cacto
Que por dentro é flor.
segunda-feira, 20 de novembro de 2017
sexta-feira, 17 de novembro de 2017
Leveza.
Deixando o destino tomar conta de si
Deixando a onde levar as pedras
Pro mar e de volta pra areia
Quantas vezes forem necessárias
Levar a vida leve
Deixando que o tempo leve
O que tem que ir
E traga o que tem que vir
Deixando a vida fluir
Nas melhores das ideias
Deixando a vida fluir
Livrando-se das mazelas
Levar a vida leve
Entregue
Porque a preocupação
Não me deve
Nada.
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