sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

[#271] a dor de ser diferente.

A dor de ser diferente
A dor de quem sente
A dor de quem tem esperança
Mas o mundo o faz descrente.

A dor que vive
A flor
No mangue seco
Na lama
No barro
Beleza que em meio a lixo
Tem sentido trocado.

Ser diferente dói.
Ser diferente é massacrante.
Enquanto os iguais te cobram
Tentam te inserir em rótulos
Repetir fórmulas
Como se a vida fosse exata
O seu cansaço
De se repetir
De se afirmar.

Ser diferente dói!
Especialmente para quem sente
E em momentos se vê na dúvida
O martelo bate
Bate
Bate
A normalidade grita
Os iguais imploram
Pedem que você mude.
Eu não vou mudar.
 Nem que chore o rio Amazonas
Nem que derrame toda a água do meu corpo
Que por dentro vire seco
Vou viver com essa amargura
Essa insatisfação
Mas não vou ser igual
Não vou.

Nesse momento está doendo
Ta doendo como nunca antes
E machucando... Corroendo...
A minha dor constante
De ser diferente.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

[#269] entregue.

Sinto as larvas
Que absurdo
As larvas
Aquelas mesmas
Cuspidas dos poros de Elza
Parece mesmo uma comédia.

Nos escombros
No escuro
Em falácias turvas
Em sentimentos grosseiros
Grotescos
Abstratos.

Sinto a larva dos meus fantasmas
Que seguram meus dedos
Que me impedem de escrever.
Mas sou eu que mando em mim.
Sou eu que decido

Aos mesmo tempo que derrete
Levanta
Uma força estranha
Entranha
Aranha
Arranha
Rã.

Entregue.
A ser melhor
De mim.

[#268] fui alí escrever minhas úlceras.

Parti.
Me tranquei.
Isolei.
Fechei a porta quando saí.
Quando entrei...

Nem sequer me despedi
Só saí dali
O mais rápido que pude
Não daria tempo me despedir...

As minhas úlceras gritavam
Implorando socorro
Me torturando
Até agora pouco

Se acalmem
E se organizem
Uma por uma
Verso por verso
A princípio um pouco complexo
Derivado do reflexo...

Mas depois até pausa acontece.
Para, pensa...
Ordem!
Sequência...
Umas falam de amor
Outras de crença
Umas são fracas
Outra compensa

As úlceras ardem
Sobem queimando
Comendo...
Saem como um arroto
Azedo.

Por fim
Algumas ainda organizam retirada
Umas falando de dores
Provocadas pela caminhada
Outras falando dos medos
E que estavam todas breadas.


quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

[#267] ato de desacreditar.

Essa vida
Esse mundo
Essa necessidade constante
De se desacreditar
Essa necessidade mesquinha
De se encaixar
Se se igualar
Não se manifestar
Não ter opinião própria
Só concordar
Com a opinião imposta.
Estou cansado dessa merda
Cansado de ser forçado a desacreditar
De ter que agradar
Manipulado para ser menos na vida
Cassado a viver nessa miséria partida.

Que bosta de mundo eu vim parar.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

[#266] fragilidade e vida.

A fragilidade da vida
A morte 
Como rastro
Ferida.

A dor
A partida
O adeus
A saída
Despedida

As pessoas choram
Começam a mensurar saudades
A despedida
O tchau
Ao ver a caixa descendo
Ver o buraco de terra enchendo.

A fragilidade da vida.
A qualquer momento pode quebrar.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

[#265] dúvida

A dúvida
Do sim
Do não
O talvez.

A dúvida se agi certo
A dúvida se ele está mesmo afim
A dúvida se faço papel de palhaço
A dúvida de quem quer pedaço de mim

A dúvida maldita
Que percorre
E transita

Pelo sim
Pelo não.
O talvez se limita.

[#264] tem que escrever.

Então
Tem que escrever
E eu não sei do que
Mas ai sento minha bunda
Mesmo não sendo segunda
Pra escrever
O que aparecer.

Ai eu vou falar da falta de inspiração
Ou da chuva que chove la fora
Depois reclamo do meu colchão
E me assusto com o passar da hora.

É complicado escrever assim
Mas até que é divertido
Posso ser tudo de mim
E me permitir viajar no ifinito.

Escrever sem inspiração é complicado
Delicado
Arriscado...
Vai que dá tudo errado
Imagina a merda que ia ficar...

[#263] vício.

O cinzeiro do lado
Cinzas
Cinza e preto.
Bitucas
Bagas
Vicios
Cara inchada
Cafeína
Nicotina
Vicio
Abomina
Tristeza
Preguiça
Tristeza
Inércia
Promessas.

domingo, 3 de janeiro de 2016

[#262] good bitch no more.

Manifesto
Statement
No good bitch
Last long
They boom
Than bang
My thing
New thing
Shiny plastic
Opaque
Fresh news
Everywhere buzzying
I'm the bad bitch
The new bad bitch running.

sábado, 2 de janeiro de 2016

[#261] selfish.

This is the story
Of a shell fish
She's selfish
In a sea
Full of jellyfishes
Jealous bitches.

In the morning
She breaks the dishes
Turns the switches
It's not halloween
But she's dressed
Like a witch.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

[#260] produzir.

Não para
Não pode parar
Produz
Maquininha
Que não pode parar.

Produzir
Produzir
Até se cansar
Só não pode parar
Porque não pode parar.

O tempo ta correndo
E a gente ta muito devagar.
Vamos começar a correr!
Não pode parar!
Não vamos parar.

[#259] mistério da humanidade.

Eles procuram
Pesquisam
Relatam
Publicam.

Eles discutem
Regurgitam
Analisam
Criticam.

Estão todos nessa mesma corrida
Atrás da fórmula
Da regra
Da lei
Da vida.

Ainda estão buscando
Aprofundando
Procurando.
Estão atrás das respostas.
Quanto desperdicio

Eles procuram loucamente
Muitas perguntas surgem
Poucas respostas complementam.
Estão todos atrás da verdade.
Mas a vida por si só
É o grande mistério da humanidade.

[#258] Casos da velha.

Velha
Maluca
Roubou
Peruca
Ficou
Biruta
Errou
Conduta
Gritou
Filho da puta!
Lembrou que era a mãe
Aceitou posição esdrúxula.

[#257] Cedo.

Ainda é cedo.
Para mim tarde
Mas cedo.

O mundo ainda dorme
Provavelmente estão indo dormir
E eu aqui
Acordado
Afoito

Já limpei,
Varri,
Lavei,
Reguei,
Escrevi.
Cozinhei,
Comi.

O ano parece tão calmo
Acho que todos estão indo dormir.

[#256] 2016.

Amanheceu
Os pássaros cantam
O dia cheio de vida
Traz o ano novo.

O ano passado nem parece
Tão distante.
O novo vem
Muda tudo
Mas a vida continua a mesma.

Cabeça erguida
Bola para frente
Vamos que vamos
Vai que 2016 nos surpreende?