quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Fiquei nu.

Me despi
Tirei cada peça de roupa
Fiquei nu

Nu dos pés à cabeça
Sem adereços e apretechos
Como vim ao mundo

Me despi todo
Tirei a roupa
Fiquei nu

Agora me recarrego
Me sinto pele
Minha coberta é poesia.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Renascer.

Renascer das cinzas
Ver o mundo ganhar cores
Desconstruir e reconstruir
Viver de nada além de amores

Hoje o dia nasceu morto
Junto a ele eu deitava no mesmo caixão
Enquanto a chuva chorava a partida
Deitávamos eu e o dia naquela escuridão 

O dia renasceu das cinzas
Junto a ele o céu decidia abrir
Os pingos de chuva aos poucos ainda caiam
Enquanto via meus cacos se colarem junto ao sol

Quanta coisa pra só um dia
Nascer
Renascer
Tudo enquanto chovia
Mas esse é o valor da vida
Subir e saber que haverá uma descida
Saber que haverá machucados
E curas para as feridas.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Concha do mar.

E num ataque flamejante
Da paixão que ali havia se formado
Num abraço apertado
Meu ouvido com o seu estava colado
Do outro lado
Um mar nada agitado
Sem ondas sem tormento
Tudo parecia tão calmo
Ali percebi que não chegava perto do esperado
Procuro alguém atordoado
Cheio de ideias e sentimentos ao bocado
Não uma cabeça vazia
De um ser estagnado
Dali mesmo sai num agir inesperado
A paixão que agora já havia se justificado
Deixou claro que eu estava
Com todos os acontecidos
Apenas entusiasmado
E segui.
Segui o rumo do meu mar revirado
Atrás do que se tem que ser realizado.
Pra trás mares sem ondas
Rios sem fluxo
Lagos estáticos
Vou seguir mesmo meu mar
Revirado, desmoronado
Admirando seus frutos
E o que deixou de estrago.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Liberdade de ideias.

Não quero saber da onde vim
Nem pra onde vou
Quero fazer o que faço
Onde quer que estou

Não busco respostas
Nem pretendo gerar mais perguntas
Que sejam relacionadas
Ao que não podemos explicar 

Não pretendo sair gritando
Empurrando guela abaixo
Minhas ideologias
Pretendo apenas
Dizer o que penso
E responder o que perguntam

Não pretendo com isso
Permanecer estagnado
Me saciar com o pouco
Deixar meu eu curioso guardado

Apenas quero ser livre
E por isso busquei a verdade
Quero estar em paz
Pela tão prometida liberdade


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Nuvem.

Certa vez
Dormi numa nuvem
Que parecia com a minha

Quando ela mexia
Eu pulava
Eu mexia
Ela confortava

Dormimos na mesma nuvem
Feita de ar
Que nos fazia sentir
Feito flutuar

A noite inteira
Pula de lá pula de cá
Mas o sono permanecia profundo
E nada ia perturbar

Na nuvem que dormimos
Nuvem ar pele tatuagem
Amor sem outro igual
Repleto de lindas bobagens