quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

[#22] sonhos.

Não basta sonhar
Tem que acordar
Perceber que era um sonho
E correr atras dele.

Sonhos são lindos,
Especialmente quando se tornam realidade.

[#21] gripe.

A garganta fechou
Quanta dor no corpo
Maldita hora
Que o tempo esfria
E o corpo esquenta.

O remédio seria levantar
Lutar
Fingir que nada acontece?
Ou deitar na cama
E ficar coberto
Até a gripe passar?

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

[#20] resposta.

Incertezas
Machucam
O não saber onde ir
Confunde
A falta de direção
Destrói
E ficamos condenados
A refletir em turno integral
Mesmo sabendo
Que não teremos resposta...
Pelo menos não tão cedo.

[#19] tristeza.


Tem quem reclame
Da tristeza
E da solidão
Sem saber da beleza
Que se esconde por trás
Da introspecção

Solidão
Tristezas
Amarguras
Introspecção
De alguém que sente
E sabe
Como é belo
Os momentos de pensar
Sem ninguém incomodar

[#18] soldado.


Tem um momento
Que o soldado cansa
De tanto batalhar
E a única coisa que deseja
É parar de lutar
E viver em paz
Nem que para isso
Tenha que entregar as cartas
Levantar a bandeira
Declarar sua derrota
Só para poder
Viver em paz
E parar de lutar!

sábado, 26 de janeiro de 2013

[#17] na neve.

Branca
Como papel
Convida-lhe
A escrever
Algo novo
Talvez ilegível
Para quem passar
Poder ver

Só quem vê sabe
A dor que deve ter sido
Os dedos congelados
De quem se aventurou
A escrever
Na neve
Dois nomes
E o simbolo do amor.

[#16] coisas surreais.

Coisas surreais costumam acontecer
Surreais
Irreais
Inimagináveis

Coisas estranhas de pessoas
Que não aparentavam ser estranhas
Apenas coisas surreais,
Irreais,
Inimagináveis!

Ainda tenho que aprender
Muito
A conviver com seres humanos
Vai que eles continuam fazendo essas coisas

Surreais,
Irreais,
E inimagináveis!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

[#15] frases dos anônimos.


Os grandes poetas anônimos
Que criaram frases
Que circulam nossa vida
Continuam anônimos
Lembrados apenas nas suas frases
Que circulam a sociedade

A esperança é a última que morre!
Como diria um deles.
E com esse lema sigo...
Lembrando da frase
Em memória do poeta
Que permaneceu anônimo.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

[#14] preencher.

Forcei-me a escrever
Mesmo sem inspiração
E aqui estou
Forçando linhas
Forçando palavras
Para preencher o espaço em branco
Como fiz com minha vida
Preenchi e enchi de coisas
Umas atras das outras
Para evitar o vazio
O branco
Que nao tive como preencher.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

[#13] o triste coração de quem amou.


O triste coração de quem amou
Ferido pelas lascas da vida
Ainda bate.

O triste coração de quem amou
Ferido,
Estava impedido de amar outra pessoa
Ainda pulsa
Só para manter aquele corpo quente.

Aquele triste coração
Sente que não irá mais amar
De tanto que se feriu
Só pulsa ainda
Para o corpo não parar

Ah, aquele triste coração
Ainda falta muito até se decompor de vez
Ainda vai se ferir mais
- ninguém mandou ser teimoso assim!
Se arrisca demais com qualquer um
Agora não venha me falar que está triste
Ou reclamar o quanto dói
A culpa é inteiramente sua
Que decidiu se apaixonar!

Pobre daquele triste coração
Que um dia amou bastante
Se ao menos soubesse
Que um dia tudo acontecerá novamente
Nem sequer tentaria amar de novo
Mas se o conheço bem,
Mais cedo ou mais tarde
Amará alguém loucamente
Só para tentar
Deixar de ser triste
E passar a ser aquele mero coração
Que ama e pulsa
Em harmonia.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

[#12] poesia dadaista 2.


No rio
Da semente que brota
No fundo do rio
Os peixes desesperados
Com medo
Das fagulhas de fogo
Das meninas desesperadas
Correm ou nadam
Os peixinhos desesperados
Correm com medo da semente
Que no fundo do rio brotam
Só que sem medo
Das fagulhas de fogo.

[#11] depois.

Depois dos seus dizeres
Malditos
Forcei sorrisos
Para cobrir a infelicidade
Que me deixou

Chorei sete rios
Três cachoeiras completas
Sem deixar de sorrir,
É claro.
Porque ser feliz é o que mais quero
E sem ao menos sorrir
Jamais conseguirei.

sábado, 19 de janeiro de 2013

[#10] frio/calor


Ta frio
Ta calor
Ta frio demais
Estou frio.

Frio porque não procuro me esquentar
Frio que bate no osso
Frio que esfriou meu coração

Ta muito frio la fora
Ta muito frio aqui dentro
Ta calor, só por pensar
Em você.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

[#9] dança.


A bela menina que dançava
Aquela poesia era muito boa
Aquela poesia era triste

Assim ela dançava:
Pondo toda sua dor na poesia
Mexendo o corpo,
Criando labirintos circulares
Para aquelas lágrimas que queriam sair
Não acharem a saída.

Assim ela dançava
Enquanto cantava.
Tentava,
Apenas tentava,
Não passar nenhum traço da sua dor.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

[#8] pizza fria.


Minha fatia de pizza ta fria
Minha Coca-Cola ta quente
Ora meu corpo quente
Na cama fria
Ora meu corpo frio
Com alma quente

Acabaram-se as pizzas
Os recheios,
As bordas.
Estomagos quentes e cheios
No meu quarto vazio e frio

Acabaram-se as pizzas
E restaram as caixas vazias
Que alguém as entregou na minha porta
Num dia que ora sentia quente
Ora sentia fria.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

[#7] aquela música.


Aquela música
Que outrora me fez chorar
Não me incomoda mais.

Ouço,
Repito,
Danço,
Sem ao menos lembrar
Quais foram aqueles motivos
Que outrora me fizeram chorar.

Por mais que eu saiba
Exatamente o que
Quando
Onde
Aquela música que tocava
Não me lembra mais
O seu fantasma

Por isso ouço
Repito
E danço
Aqueles refrãos intermináveis
Que outrora me fizeram chorar
E agora já não me incomodam mais

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

[#6] cigano.


Nunca lhe disse
Que não era cigano.
Nunca lhe prometi fidelidade
Lealdade,
Ou nenhum laço afetivo.

Sou cigano
Vago no mundo
Cada dia em um lugar diferente
Seja no corpo
Ou na mente
Só não me permito parar
Ou cansar
Ou deixar pra lá.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

[#5] mudas palavras.


As palavras são mudas.
Eu sei.
São mudas porque são profundas.

Essas minhas palavras me machucam
Me ferem a cada instante
São mudas porque nunca foram ditas.
São mudas porque não sabem ser pronunciadas.

Minhas palavras permanecem mudas.
Permanecem não ditas
Permanecem malditas
Porque dizer de verdade
Eu não vou!

Ficam mudas no meu mundo
Aquele mundo que escolhi viver
Dentro dos diversos mundo que existe no mundo
Mas minhas palavras continuam mudas.
Essas mudas palavras
Mudas.

Não falam porque não querem ser ouvidas
Não querem ferir outrem
Já que nasceram mudas
Permanecerão mudas
Para não ferir ninguém.

E das minhas palavras mudas
Fica o meu silêncio
Que dorme durante o dia
E acorda durante a noite
As minhas palavras mudas
Que nada importa
Já que são mudas mesmo...

E o que me vale minhas mudas palavras?
Vale que alguém
Além de mim
As sente.
Vale muito sofrimento acumulado.
Vale noites em claro
Acordado,
Chorando.

Vale muito mais do que pode ser dito
Porque no fundo,
No fundo,
Tem quem se importe
Com tais palavras mortas.

domingo, 13 de janeiro de 2013

[#4] apenas peço.


E se souber que morri
Peço que não vá ao meu enterro
Nem que chore sobre meu corpo

Peço que não pense coisas bonitas
Ou no que deixamos de viver

Peço que finja mais uma morte
Tradicionais de noticiário
Só finge que nunca me conheceu
Que nunca me amou
E que nunca me fez sofrer

sábado, 12 de janeiro de 2013

[#3] o que vejo.


Meias azuis
Gravatas borboletas
Camisas amarelas
Jaquetas pretas

Armário marrom
Cabide preto
Porta Branca
Paredes lilas

Vida e muita zoada la fora
Gentes e gentes
Cada um com um par de meia
De cores diferentes
Conhecendo e falando de gentes

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

[#2] melanina forçada.


Tomando sol de meio dia
Cheio de bronzeador
Ela tem uma melanina forçada
Porque sempre sonhou em ser ******

Orçou o silicone
Fez tererê nos cabelos
Mas antes disso,
Os pintou de preto
Fez aula de swing baiano
Para aprender a gingar ao andar.

- Essa ****** fajuta!
Não passa de mais uma garotinha perdida
Querendo ser preta
Para poder ancas balançar

Pobre menina
Da melanina forçada
Já, já a raiz do cabelo cresce
o sol some
E voltará a ser a menina desmelaninada
Calma, calma!
Que isso aqui não é praga!
Ela só tem que aprender...
A se aceitar.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

novas malas novamente.

A vida ciclando nos permite começar e recomeçar tudo que queremos. Anos novos nos trazem novas malas que poderão ou não serem roubadas.

Esse ano vou fazer tudo diferente! Quer dizer... Não. Farei exatamente as mesmas coisas, só que tudo diferente. Continuarei escrevendo - coisas novas -, continuarei me apaixonando - por pessoas novas -, continuarei quebrando a cara - por motivos novos -, continuarei experimentando - aquilo que seja novo.

Esse ano terei novas malas, de cores diferentes e uma bagagem que nem imagino o excesso que terei que pagar na volta.

[#1] escrever.

Se queres escrever
Para viver
Tens que escrever,
Escrever,
Esquecer,
Escrever.

Escrever os escritos
Por rascunhos em evidência
Deixar a mente escrever
E esquecer.

Escreve enquanto esquece
Escreve para esquecer
Escreve e deixa lá
Deixa os escritos entrarem para história
E sair da memória.